Contar uma história e agradar um público nichado pode ser difícil, quando existe uma expectativa acima do comum, o desafio se torna ainda maior.
No caso de adaptações dos quadrinhos, ainda contamos com um mar de criticas em cima do que foi alterado da história original e o que conseguiram seguir à risca. Até o momento do que pudemos notar, o filme vem conseguindo agradar tanto os fãs do nicho dos quadrinhos, quanto a crítica especializada e os espectadores que não conhecem o origem das histórias em quadrinhos.
No filme da DC, a diretora Patty Jenkin optou pelo simples, porém de maneira brilhante, apresenta a história de Diana, passando por sua infância e chegando até sua fase adulta, onde a protagonista passa a entender, aos poucos, seus poderes e possibilidades como guerreira.
Quando Steve Trevor (Chris Pine) cai com seu avião em Themyscira, terra das Amazonas, o destino de Diana começa a mudar, e a partir daí ela toma a difícil decisão de abandonar sua terra natal, e lutar na guerra para salvar a humanidade. Até esse ponto, a maior parte dos fãs da Mulher Maravilha conhece a história, porém é como a história é mostrada que faz a diferença a partir daí.
Gal Gadot é quem da vida a Diana, a atriz convence e emociona no papel da protagonista. Mais do que atriz, Gal é ex-miss e ex-recruta do exército de Israel, uma mulher forte para um papel forte. A escolha certa não poderia ter um resultado melhor. Mesmo não sendo humana, a humanidade da princesa de Themyscira está muito mais á flor da pele do que muitos dos humanos reais que conhecemos. A ingenuidade da personagem encanta, e faz com que ela questione a sociedade nos mais diversos âmbitos, como por exemplo, por que somos reféns do tempo? Ela cresceu cercada apenas por mulheres, quando chega no mundo que é dominado por homens, ela enfrenta o machismo com uma naturalidade poucas vezes vista nas telonas. Diana não precisa levantar a bandeira do feminismo, para enfrentar o machismo, pra ela é natural que possa fazer qualquer coisa que desejar, e mais do que apenas querer, ela faz!
O filme conta com um senso de humor em cenas pontuais, que arranca risadas do público no cinema, as batalhas são ricas em detalhes, algumas feitas em câmera lenta, outras tão rápidas que se não prestamos atenção fica difícil acompanhar. A escolha dos momentos em que a trilha sonora “explode” faz a diferença nos combates de Diana contra os inimigos. Quem assistiu “Batman vs Superman” sabe que a entrada da Mulher Maravilha foi um pontos altos do filme. O filme protagonizado por ela, têm ao menos duas cenas nessa vibe.
Diana conta com três antagonistas principais, os três papéis são bem construídos, porém o público pode ver mais do que apenas a batalha com esses três, as cenas das Amazonas enfrentando o exército alemão e de Diana a frente do exército inglês contra os alemães na Bélgica mostram algo poucas vezes visto no cinema, mulheres no campo de batalha, em momentos que prendem a atenção do espectador, não da vontade nem de piscar.
Descrever todos os sentimentos que temos assistindo ao filme talvez seja impossível, com fácil empatia, Diana nos faz sentir em êxtase nos momentos de luta, tristeza quando vê a situação das pessoas vítimas da guerra e quando ela não consegue ajudar todos da maneira que gostaria, um choque de realidade quando vemos que nossa sociedade é tudo o que o filme mostra, mesmo tanto tempo depois da primeira guerra mundial, e nos da alegria com Diana nos protegendo, porque mesmo com todos os nossos defeitos, nós temos muito mais qualidades. Mesmo que indiretamente, o filme é uma crítica aberta a nós mesmos.
Vale destacar que a diretora também conseguiu linkar muito bem com o primeiro filme em que Diana aparece – Batman vs Superman – e também deixar o link aberto com o próximo que ela aparecerá – Liga da Justiça.
Confira o trailer abaixo e corra pro cinema!
Publicado em: Blog Verbatômico.
Gostou do conteúdo? Clique aqui, se inscreva na newsletter e receba todos os novos conteúdos que eu publicar, direto na sua caixa de entrada.