No ônibus
Hoje eu estava voltando para casa, já no segundo ônibus do caminho entre o meu trabalho e minha residência. Passei boa parte do caminho (uns 20 minutos) no celular jogando e checando as notícias do dia. Até que notei quem era a cobradora do ônibus (eu não tinha passado pela catraca ainda). O nome dela é Edna, descobri isso agora pouco. Ela se destaca da maioria dos cobradores e cobradoras, está sempre sorrindo, sendo extremamente educada com os passageiros e fala boa noite para todos que dessem em absolutamente todas as paradas. É engraçado pensar que a presença dela naquele momento fez meu dia mais feliz, porque ela é uma pessoa que tem um atendimento (sim, um atendimento mesmo) excelente dentro do que ela faz. E foi ela que me inspirou a escrever este artigo.
Uma moça que está com o pé quebrado se levanta para ir passar o bilhete único (cartão de ônibus da cidade de São Paulo), Edna sai do seu lugar de cobradora, vai até a moça, pega o bilhete dela e fala: “Pode deixar que eu passo para você, e aí você desce pela frente, pode ficar sentada, me avisa quando for descer que eu falo para o motorista abrir a primeira porta”. Essa atitude simples, fez minha noite que já estava boa, ficar ainda melhor. E é sobre isso que vamos falar aqui hoje, o atendimento de pessoas felizes que fazem a diferença nos mais diversos aspectos da nossa vida.
Até hoje, eu não sabia o nome da Edna, poderia ter perguntado, mas não quis ser incisivo, até porque não pego sempre ônibus no mesmo horário, e por mais que ela seja marcante para mim (por suas atitudes), não sei como ela receberia uma pergunta sobre o nome dela. Lembrei então que semana passada a irmã de um dos meus melhores amigos compartilhou uma história falando dela. Quando eu li não tinha citação nominal, mas pelas características e história, eu tinha certeza que era a mesma pessoa. Lembrando disso, procurei o post no Facebook, encontrei, só que agora ela havia marcado a Edna, pois o Post viralizou, e compartilho aqui o que a própria Edna comentou na publicação (optei por não editar o texto dela).
“Eu Edna Orsoli cobrador da Express transporte urbano da linha 407r quero agradecer a minha linda passageira Mariana Manso e todos pelo carinho e reconhecimento do meu trabalho, que ecerço com carinho e dedicação à todos reconhecendo que nós seres humanos precisamos de mais carinho e respeito para com o próximo, e é assim que ganho meu sustento e carinho de todos, é muito gratificante. Obrigada mesmo de todo meu coração…”
Não tenho palavras para definir meus sentimentos ao ler essa mensagem, só sei que meu coração transborda e fica realmente repleto de felicidade ao ver algo assim. Tenho certeza que vou lembrar sempre da Edna, e espero ainda encontra-lá muitas vezes. E essa é apenas a primeira das histórias que compartilho dentro desse artigo.
Na padaria (Jantar)
Eu ainda não havia parado para pensar em como o atendimento rotineiro tem feito diferença na minha vida, mas note que janto todos os dias na mesma padaria, salvo exceções de quando saio com meus amigos ou minha irmã ou meu namorado. Janto na mesma padaria há pouco mais de 3 anos. E conheço o Seu Luis, dono do estabelecimento, a Jô que é uma das atendentes, o Seu Raimundo que é o gerente, entre outras pessoas que ali trabalham.
Depois de tanto tempo indo diariamente no mesmo lugar, as pessoas passaram a fazer parte da minha vida, e acredito que vice-versa. O atendimento ali deixou de ser apenas comercial. Eles sabem meus gostos, sabem qual o capuccino que é meu preferido, os lanches que eu costumo pedir, a tapioca que eu como e até que o refrigerante é sempre com gelo e limão. Hoje eu estava fazendo o pedido: “Vou querer um lanche de mortadela com quejio” e fui interrompido por um: “já sei, no pão de leite”. Isso faz uma diferença enorme num atendimento, sabiam o que eu queria antes mesmo de completar a frase.
Nesse tempo todo, já esqueci livros e guardaram para mim, já conheci a vida de boa parte dos colaboradores de lá, consigo identificar só pelo olhar quando alguém não está tão bem, e eles também sabem quando eu não estou nos meus melhores dias, a Jô então, é um espetáculo de pessoa, sempre pergunta como minha irmã e meu namorado estão e quando eles ficam muito tempo sem aparecer ela me da uma bronca dizendo que devo leva-los até a padaria, que ela está com saudades deles. Até dica de viagem ela já me deu!
Sou realmente fã do atendimento da Padaria Ideal, que é de bairro, funciona 24 horas, e faz parte da minha vida. Se não fosse o excelente atendimento e a atenção e carinho que recebo, provavelmente eu não teria vontade de jantar lá quase todos os dias nos últimos três anos, não é mesmo?
Na outra padaria (Almoço)
Lendo esse artigo é possível notar que as padarias fazem parte da minha rotina. Trabalho no bairro de Moema, em São Paulo, e vou ficar devendo o nome dessa padaria que eu almoço a maioria das vezes. (Prometo que assim que der, vou lá ver o nome e coloco aqui no artigo).
Essa eu frequento há menos tempo e também não é numa frequência tão grande como a Ideal (a do jantar), mas de qualquer forma tem algumas coisas do atendimento deles que quero compartilhar com vocês.
A rotina é sempre comer a comida por quilo, e todos que atendem no almoço já sabem que eu sempre peço uma água sem gás com gelo e limão. É muito bacana ver como as pessoas ali são pró-ativas, juro, a maioria das vezes eu peso a comida, falo que quero a bebida. E quando eu sento, já tem alguém me servindo exatamente o que eu pedi trinta segundos atrás. Como o almoço “correndo”, não costumo ficar dez minutos na padaria, mesmo assim eles sabem quem eu sou e o que vou pedir para beber.
Outra situação, essa foi super pontual e olhe o nível de observação da moça que nos atendeu. Minha irmã foi me visitar no trabalho e a levei para almoçar na padaria. Nos servimos conversando, e em seguida fui pesar a comida. Normalmente após pesar eu pego a comanda e peço a bebida, a moça então diz: “Você está com a sua irmã, né? Pode deixar que marco na mesma comanda e entrego para ela depois que pesar o prato dela”.
Fez a diferença no meu dia? Com certeza. Ela notou sem eu sequer falar, que a Bah era minha irmã, que nós estávamos juntos e de novo, foi pró-ativa. Só tenho elogios para o trabalho do pessoal de lá.
No restaurante (Abbraccio Anália Franco)
Final de semana passado eu e meu namorado decidimos jantar em um lugar diferente, escolhemos o Abbraccio que fica dentro do Shopping Anália Franco. Apesar de frequentarmos o shopping, nunca havíamos entrado no restaurante. Foi um dos melhores jantares que já tivemos, tanto pela comida (recomendo), quanto pelo atendimento do André.
Existem muitos restaurantes em que os atendentes são bastante atenciosos, mas o André conseguiu nos surpreender (positivamente) com o atendimento dele. Começou se apresentando educadamente e dando dicas e recomendações sobre os pratos, durante todo o jantar ele sempre passava na nossa mesa perguntando se estávamos bem, se precisávamos de algo e se colocando à disposição.
Não consigo colocar em palavras o quão bom foi o atendimento naquela noite, ele realmente fez nossa noite mais feliz, e é bastante provável que iremos lembrar dele e do restaurante com carinho durante um bom tempo. Inclusive quero voltar lá, em parte pelo ótimo atendimento que tivemos.
Ou seja, além de fazer bem para nós, como clientes, como pessoas, o atendimento de uma pessoa, realizado de maneira acertiva, faz bem para as empresas também. Posso dizer que pouquíssimas vezes fui tão bem recebido como no Abbraccio. E por isso repito aqui, recomendo à todos que estão lendo o artigo, vale a pena passar por lá!
Lembremos da nossa parte!
É importante frisar que tudo na vida é uma via de mão dupla. Nós podemos e devemos tratar as pessoas que nos atendem com respeito e amor, sermos educados não nos custa nada. Eu por exemplo, falo bom dia, boa tarde e boa noite para todos os motoristas de ônibus e cobradores que encontro no meu dia, e honestamente, é o básico. Tratar as pessoas com o respeito que que gostaríamos de ser tratados pode mudar nosso dia. E é exatamente isso que todas essas pessoas que citei nesse artigo fazem. Sozinhos nós podemos até não conseguir mudar o mundo, mas conseguimos mudar o nosso dia a dia, pouco a pouco, para começar. E se todos nós fizermos um pouco, imagine o quanto isso será.
Publicado originalmente no LinkedIn.
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