O que você realmente sabe – e o que deveria saber – sobre o cinema nacional?

Você costuma acompanhar os filmes nos cinemas? Ou depois, na TV paga ou na Netflix? Pois bem, faz um tempo que aprecio cinema, acompanho com certa frequência os mais diversos gêneros, desde uma leve comédia, até um terror mais pesado. Destaco aqui que não sou nenhum crítico especializado, mas acredito ter meus méritos quando o assunto são os filmes.

Foto: Divulgação do filme “Ferrugem”

Ainda temos uma cultura muito crítica ao cinema brasileiro, escutamos que é ruim, que é feito de maneira amadora, dentre outros aspectos criticados. Só que verdade seja dita, o país evoluiu muito na qualidade e na diversidade de filmes aqui produzidos.

Como saiu no Adoro Cinema, em 2017 o Brasil alcançou o TOP 10 do cinema mundial. Somos o 10° maior mercado de cinema do mundo. Coloco em destaque aqui, uma frase que encontrei em uma publicação do Cine Pop:

O item mais comum é o péssimo hábito de classificar filmes feitos por aqui como simplesmente nacionais. Nacional não é gênero! Por acaso, quando alguém te pergunta que tipo de filme é Atividade Paranormal, você responde: americano? Não, você diz terror!Então porque quando o filme é feito no Brasil existe esse terrível costume de usar a nacionalidade para defini-lo? Amarelo Manga é um drama, Se eu Fosse Você, comédia, e por aí vai.

Ainda temos uma parcela da população que acredita que a maior parte dos filmes feitos no Brasil são de comédia. Me conta nos comentários, o que você pensa sobre isso? Mas antes de comentar, confere o artigo até o final, lá embaixo eu coloquei alguns dos filmes nacionais mais recentes. Tem uma lista – e foca no gênero deles!

Cinema é quase que um sinônimo para o Oscar, a maior premiação do cinema mundial. E apesar do Brasil ter participação bem sucinta na história desta premiação específica, é possível olhar por outro ângulo e enxergar um todo e não apenas uma fração – ganhamos melhor filme estrangeiro uma vez, em 1960, com o filme Orfeu Negro de Marcel Camus, e depois disso, chegamos a competir apenas mais 4 vezes, sendo que a última indicação foi em 1998, com o filme Central do Brasil.

Muitos dos nossos filmes recebem inúmeros prêmios em outras competições que também são de extrema importância. Como exemplo, vamos ao filme Hoje eu quero voltar sozinho(Foto), produzido e roteirizado pelo Daniel Ribeiro. O filme aborda o primeiro amor de um menino cego, e os dramas da adolescência. Recebeu um total de 30 indicações, em 8 países diferentes e, dessas indicações, venceu 23 entre os anos de 2014 e 2015, o que ajudou bastante tanto na divulgação, quanto na distribuição do filme para um maior número de salas de cinema.

Mas o que realmente nos envolve quando assistimos a um filme? Muito mais do que um bom roteiro, o filme precisa ter uma boa direção, um elenco que convence, uma trilha sonora que ajude a nós, como espectadores, a viajar e ir parar naquele mundo, naquela história. Filmes que têm essa junção conseguem nos transportar sem grandes dificuldades. Seja uma hora e meia ou três, quando o filme nos prende, nós nem vemos o tempo passar. Comenta aí umas dicas de filmes que já te fizeram sentir assim, quais você recomenda? (De preferência os nacionais hein rsrs).

Uma outra característica do cinema nacional, é que assistindo aos filmes, além de nos depararmos com nomes já conhecidos nacionalmente, como Adriana Esteves, Marjorie Estiano e Jesuita Barbosa, temos também a possibilidade de conhecer o trabalho de um número imenso de outros artistas que estão fora da televisão, mas que são tão talentosos quanto os nomes acima citados. Acredito que é um dos pontos mais bacanas, afinal, todos nós queremos e gostamos de reconhecimento pelo trabalho que realizamos, pela história que escrevemos, e não é diferente para os atores que se propõe a trabalhar duro para fazer um filme sair do papel.

Vale lembrar que o Brasil ainda é um país em que, quando os filhos falam algo como “eu quero fazer artes cênicas”, boa parte dos pais e mães não concordam ou evitam ao máximo que eles o façam, por medo de não conseguirem se manter com o dinheiro pago na área. E aí apenas deixo a pergunta para continuar com o assunto, se hoje em dia falamos e corremos tanto atrás da felicidade, por que um menino ou uma menina que tem o sonho de fazer artes cênicas costuma ser oprimido(a)?

É natural que passemos nossos medos e nossas frustrações para nossos descendentes e, muitas vezes sem sequer perceber, nós bloqueamos os sonhos deles.

Mas como assim, comecei escrevendo sobre cinema e de repente já estou nos sonhos alheios? Talvez isso ocorra porque me recordo da minha história, em que eu quis fazer artes cênicas e meus pais nem se opuseram tanto, eles até deixaram, como segunda opção, mas eu precisava fazer algo “que garantisse meu futuro”.

Conheço alguns atores e a grande maioria deles passa por situações parecidas. Isso vem mudando com o tempo, aos poucos, afinal, cinema é arte, arte é cultura e cultura é de extrema importância para qualquer ser humano.

O mercado audiovisual no Brasil é uma incógnita, por exemplo, como fazer para se tornar um diretor de filmes ou um roteirista? Todos nós temos os nossos achismos sobre o assunto, mas o fato é que desconhecemos os detalhes dessas carreiras e suas dificuldades. Quem chega lá ainda é a exceção. Para conferir algumas dicas sobre como ser roteirista, separei essa matéria da Academia Internacional de Cinema, destaco aqui esse trecho:

É preciso entender, antes de mais nada, que o trabalho é um exercício constante. Como diz o velho clichê: a prática leva à perfeição. Quase nunca o primeiro tratamento de um roteiro de filme será a versão final que se verá na tela. Será necessário escrever e reescrever, revisar, repensar, colocar as coisas em perspectiva.

Isso é literalmente o “por trás das câmeras” que não costumamos ter tanto acesso. Assim como em qualquer outra profissão, a galera que trabalha na área precisa batalhar bastante, mas destaco aqui algo importante. Os filmes só ficam no cinema se existir uma demanda. Por exemplo, “Hoje eu quero voltar sozinho” inicialmente seria exibido em poucas salas de cinema, porém ao viralizar na internet e obter sucesso nas salas em que estava sendo exibido, ele tanto conseguiu ter a exibição estendida a mais salas, quanto por um período maior. Nesse quesito nosso cinema ainda está no começo, quando pensamos que filmes como “Atividade Paranormal”, que é um blockbuster, chegam a ficar quase 3 meses em cartaz, enquanto muitos dos brasileiros não passam de três semanas. Então, vamos procurar ir nos cinemas alternativos para valorizar o trabalho nacional!

Todos nós temos preferências por gêneros específicos, quem nunca tentou decidir com os amigos ou com a família escolher um filme na Netflix e demorou mais de 20 minutos? Acontece sempre. Ainda assim, eu decidi dar destaque no final deste artigo aos filmes que são de 2017 e 2018 e que a Secretaria do Audiovisual e o Ministério da Cultura selecionaram para terem a possibilidade de concorrer ao Oscar de melhor filme estrangeiro. A escolha do filme oficial que irá tentar concorrer a uma vaga será divulgada no dia 11 de Setembro de 2018.

Lista de bons filmes brasileiros

Separei o nome dos filmes e o trailer de cada um deles por gênero, assim você pode selecionar os que mais lhe interessam. Acompanhei a todos os trailers, e posso dizer que alguns, além de prender a nossa atenção, conseguem nos instigar a assisti-los. Vale destacar que a maior parte deles não está disponível nos cinemas e os poucos que estão, infelizmente ainda é num número muito pequeno de salas, inviabilizando o fácil acesso aos filmes. De qualquer forma, vale conferir assim que possível:

***Fantasia***

– As boas maneiras

***Suspense***

– Aos teus olhos

– O animal cordial

***Drama***

– Além do homem

– Alguma coisa assim

– Antes que eu me esqueça

– Benzinho

– Canastra suja

– Encantados